Plasma rico em plaquetas (PRP) e células mesenquimais: Entenda as diferenças

Leonardo Zanesco • 23 de dezembro de 2024

No campo da medicina regenerativa, o plasma rico em plaquetas (PRP) e as células mesenquimais são duas abordagens amplamente utilizadas para tratar lesões, condições ortopédicas e estimular a cura natural do corpo. Ambas as técnicas se baseiam em estimular os processos naturais de regeneração do organismo, mas operam de maneiras distintas e possuem indicações específicas.


Neste artigo, entenda as
diferenças entre PRP e células mesenquimais, como cada uma atua no processo de regeneração, suas principais indicações e limitações.


O que é o Plasma Rico em Plaquetas (PRP)?


Como o PRP funciona


O PRP é uma
solução concentrada de plaquetas extraída do próprio sangue do paciente. O processo envolve a coleta de uma pequena amostra de sangue, que passa por centrifugação para isolar as plaquetas e fatores de crescimento.


Esse concentrado é injetado diretamente na área lesionada, como tendões, ligamentos ou articulações, com o objetivo de estimular a regeneração dos tecidos.

Benefícios do PRP


  • As plaquetas liberam fatores de crescimento essenciais para o processo de cura e regeneração tecidual.
  • O PRP demonstrou reduzir a dor em condições ortopédicas como tendinites e osteoartrite.
  • Por ser derivado do próprio corpo do paciente, há baixo risco de rejeição ou de efeitos colaterais.


Indicações comuns para o PRP


  1. Lesões em tendões e ligamentos: Inclui condições como tendinites e lesões no manguito rotador.
  2. Artrite leve a moderada: Especialmente eficaz em articulações como joelhos e cotovelos.
  3. Lesões esportivas e recuperação pós-cirúrgica: Auxilia na regeneração de tecidos lesionados, promovendo uma recuperação mais rápida.


O PRP é uma alternativa valiosa para quem busca uma abordagem natural e segura para promover a cura e o alívio da dor em diversas condições ortopédicas.


O que são as células mesenquimais?


As
células mesenquimais, também conhecidas como células-tronco mesenquimais, são células multipotentes localizadas em tecidos como a medula óssea e o tecido adiposo. Elas têm a capacidade de se diferenciar em diversos tipos de células, como as de ossos, cartilagens e músculos, sendo, portanto, valiosas na medicina regenerativa.


Além disso, essas células
liberam substâncias bioativas que auxiliam na redução da inflamação e no estímulo à cura dos tecidos ao redor da área lesionada.


Benefícios das células mesenquimais


Regeneração de tecidos complexos:
São especialmente indicadas para o reparo de tecidos como a cartilagem, onde a regeneração natural é limitada.


Redução de inflamação crônica:
Possuem propriedades anti-inflamatórias que ajudam a controlar condições de inflamação persistente.


Estimulação da cura e alívio da dor:
As células mesenquimais promovem a regeneração e ajudam a aliviar dores, especialmente em lesões ortopédicas crônicas.

Indicações comuns para o uso de células mesenquimais



  • Osteoartrite e desgaste da cartilagem: Auxiliam na regeneração da cartilagem e no controle da dor.
  • Lesões crônicas de tendões e ligamentos: Proporcionam uma alternativa eficaz para lesões difíceis de tratar.
  • Lesões musculoesqueléticas e degeneração discal: Ajudam na recuperação de tecidos musculares e na preservação da função da coluna.


As células mesenquimais oferecem uma abordagem promissora para a regeneração de tecidos, beneficiando pacientes com condições ortopédicas complexas e promovendo uma recuperação mais natural e menos invasiva.


Comparação entre PRP e células mesenquimais

Quais são as principais vantagens e limitações do PRP e das células mesenquimais?


Vantagens do PRP


O PRP pode ser aplicado em consultório com um tempo de recuperação reduzido, tornando-se uma opção prática para o paciente.


Por ser autólogo (derivado do próprio paciente), o PRP apresenta baixíssimo risco de reações imunológicas.


Além disso, ele tem se mostrado eficaz em várias condições ortopédicas, auxiliando na recuperação e promovendo alívio da dor.


Limitações do PRP


Embora eficaz em casos leves e moderados, o PRP pode não ser suficiente para tratar lesões avançadas, como artrose severa. E ainda, para alcançar resultados duradouros, várias aplicações podem ser necessárias.


Vantagens das células mesenquimais


São eficazes na regeneração de tecidos de difícil cura, como cartilagens e ligamentos. São adequadas para tratar condições degenerativas e lesões que não responderam a tratamentos convencionais.  E além da regeneração, essas células auxiliam na redução da inflamação crônica, promovendo um alívio adicional.


Limitações das células mesenquimais


Esse tratamento envolve técnicas mais avançadas e, portanto, é geralmente mais caro e complexo do que o PRP.


Por fim, a recuperação pode ser gradual, pois o processo depende da diferenciação e integração das células no tecido lesionado.


As terapias com PRP e células mesenquimais representam abordagens promissoras na medicina regenerativa ortopédica, cada uma com suas aplicações específicas, vantagens e limitações, conforme a gravidade da lesão e as necessidades do paciente.


Considerações importantes antes de escolher entre PRP e células mesenquimais


Avaliação médica


A decisão entre o uso de PRP e células mesenquimais deve ser baseada em uma avaliação clínica aprofundada. O PRP costuma ser indicado para casos com dor e inflamação de intensidade moderada, enquanto as células mesenquimais são preferidas para condições degenerativas ou lesões complexas que exigem uma abordagem mais robusta.


Perfil do paciente


Para pacientes que desejam uma recuperação rápida de lesões leves, o PRP pode ser uma opção eficaz. Já aqueles que enfrentam lesões graves ou condições degenerativas frequentemente encontram melhores resultados com células mesenquimais. Em ambos os casos, o tratamento deve ser adaptado à idade, tipo de lesão e às expectativas individuais de recuperação.


Expectativas de resultados


Embora ambos os tratamentos ofereçam benefícios, os resultados podem variar. É importante manter expectativas realistas e seguir cuidadosamente as recomendações médicas para obter o máximo de eficácia com o tratamento escolhido.


Perguntas frequentes


O que são as células mesenquimais?

As células mesenquimais são células multipotentes encontradas em tecidos como medula óssea e tecido adiposo, com capacidade de se transformar em células ósseas, cartilaginosas, musculares e outras, sendo amplamente utilizadas em medicina regenerativa.


O que as células mesenquimais originam?

As células mesenquimais podem se diferenciar em diversos tipos de células, como osteócitos (células ósseas), condrócitos (células de cartilagem), adipócitos (células de gordura) e até em células musculares, sendo essenciais para reparo e regeneração de tecidos.


Para quais condições ortopédicas as células mesenquimais são indicadas?

Elas são indicadas para tratar condições como osteoartrite, lesões de cartilagem, tendinites crônicas e outras lesões degenerativas que não respondem bem a tratamentos convencionais.


Qual a diferença entre células mesenquimais e PRP?

O PRP usa plaquetas do próprio sangue do paciente para estimular a cura, enquanto as células mesenquimais atuam diretamente na regeneração tecidual, sendo mais indicadas para lesões complexas.


As células mesenquimais são indicadas para atletas?

Sim, atletas com lesões musculares, ligamentares ou articulares resistentes a outros tratamentos podem se beneficiar desse método, que promove uma recuperação mais natural.


Para quais condições o PRP é indicado?

O PRP é indicado principalmente para lesões de tecidos moles, como tendinites, entorses e artrite leve a moderada, ajudando a reduzir a dor e melhorar a mobilidade.


Quais são os fatores que podem influenciar a eficácia do tratamento com células mesenquimais?

A eficácia pode ser influenciada pela idade, estado geral de saúde do paciente, gravidade da lesão e cuidados pós-tratamento, incluindo reabilitação e fisioterapia.


Quanto tempo duram os efeitos das células mesenquimais no tratamento de uma lesão?

Os efeitos podem durar meses ou anos, dependendo do tipo de lesão, cuidados do paciente e resposta do corpo, mas para algumas condições degenerativas, pode ser necessário repetir o tratamento.


Existe alguma limitação no número de vezes que as células mesenquimais podem ser usadas?

Em geral, as células mesenquimais podem ser reaplicadas em alguns casos, mas a frequência e a necessidade de reaplicações devem ser determinadas pelo ortopedista, considerando a resposta do paciente ao tratamento.


Qual tratamento oferece resultados mais rápidos, PRP ou células mesenquimais?

O PRP geralmente proporciona alívio mais rápido da dor, mas os resultados de células mesenquimais, que envolvem regeneração tecidual, podem ser mais duradouros em lesões graves.


É possível combinar PRP e células mesenquimais em um mesmo tratamento?

Sim, combinar PRP e células mesenquimais pode potencializar os resultados em casos selecionados, pois o PRP estimula o ambiente para que as células mesenquimais promovam uma regeneração mais eficaz.


Ortopedia regenerativa em SP | Dr. Leonardo Zanesco


Tanto o PRP quanto as células mesenquimais representam avanços importantes na medicina regenerativa, oferecendo alternativas eficazes para o tratamento de lesões ortopédicas e condições crônicas. O PRP utiliza fatores de crescimento para estimular a cura, sendo mais indicado para inflamações e lesões leves. Já as células mesenquimais têm uma abordagem regenerativa mais ampla, adequada para casos complexos e degenerativos. Antes de decidir sobre o melhor tratamento, consulte um especialista que avaliará o seu caso específico e indicará a melhor opção.


Qual das duas terapias parece ser a mais adequada para o seu caso? Compartilhe suas dúvidas nos comentários e não hesite em buscar a orientação de um profissional especializado.


Se você está em busca de um ortopedista com experiência em medicina regenerativa, sou o Dr. Leonardo Zanesco, especialista em ombro e cotovelo formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).


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