Orientações pré-operatórias

Conheça as orientações médicas do Dr. Leonardo Zanesco para pré-operatórios.


A preparação adequada para a cirurgia é essencial para garantir um procedimento seguro e reduzir riscos de complicações. Abaixo estão algumas diretrizes gerais que podem ajudar no preparo pré-operatório.


É fundamental seguir as orientações médicas personalizadas para o seu caso específico.

Exames Pré-Operatórios


Os exames laboratoriais e de imagem são solicitados conforme a idade, condições de saúde do paciente e o porte da cirurgia a ser realizada. Os mais comuns incluem:

  • Hemograma completo
  • Coagulograma (tempo de protrombina e tempo de tromboplastina parcial ativada)
  • Glicemia de jejum e hemoglobina glicada
  • Função renal (ureia e creatinina)
  • Eletrocardiograma (ECG)
  • Radiografia de tórax 
  • Outros exames complementares conforme necessidade

Avaliação de Risco Pré-Operatória


O paciente deve alinhar os cuidados específicos necessários com o médico que faz o acompanhamento de suas doenças crônicas, garantindo que qualquer ajuste no tratamento seja realizado antes da cirurgia. Em casos mais complexos, pode ser necessária uma carta de liberação para o procedimento cirúrgico.

Após essa etapa, o paciente passará por uma avaliação com o anestesista responsável por sua cirurgia. Durante essa consulta, serão explicados os procedimentos anestésicos e os riscos envolvidos. O anestesista é o médico responsável por cuidar do paciente durante o procedimento. Nossa equipe acredita que esse primeiro contato antes da cirurgia é essencial para esclarecer dúvidas, estabelecer vínculo e proporcionar maior segurança e confiança ao paciente.


Para essa consulta, é necessário que o paciente tenha em mãos todos os exames pré-operatórios e, quando solicitadas, as cartas de liberação dos seus médicos. Neste momento, é essencial que o paciente informe também ao anestesista todas as medicações e alergias que possua, pelo risco de eventos adversos graves em alguns casos quando estas informações são omitidas da equipe médica.


Na foto:  Dr. Leonardo Zanesco, médico ortopedista e Dra. Mariella Bau, médica anestesista.

Alergias


A história de alergias do paciente deve ser informada previamente, pois algumas substâncias utilizadas durante o procedimento cirúrgico podem desencadear reações alérgicas graves. Um exemplo comum é a alergia cruzada entre iodo e crustáceos, em que pacientes com histórico de reação a frutos do mar podem apresentar sensibilidade ao contraste iodado utilizado em exames.



Outra associação importante é a alergia cruzada entre frutas e o látex, conhecida como síndrome látex-fruta. Alguns exemplos são kiwi, banana, mamão, abacate, entre outras. Pacientes com histórico de reações alérgicas a essas frutas podem ter risco aumentado de desenvolver alergia ao látex, que é um material amplamente utilizado em luvas cirúrgicas, sondas e outros dispositivos médicos. A alergia ao látex é um fator crítico no contexto de um procedimento cirúrgico, pois a exposição ao material pode levar a reações graves, incluindo anafilaxia. Por isso, é fundamental que pacientes com histórico de alergia a kiwi e banana sejam submetidos a um teste específico para alergia ao látex antes de qualquer cirurgia. Dessa forma, medidas preventivas podem ser adotadas, como o uso de materiais alternativos livres de látex durante o procedimento.

Adornos e objetos proibidos


Antes da cirurgia, é essencial remover todos os tipos de adornos e objetos do corpo, pois podem representar riscos de queimaduras e até mesmo de incêndio no ambiente cirúrgico. Itens que devem ser retirados incluem, mas não se limitam a:


  • Joias e bijuterias (brincos, anéis, pulseiras, colares, piercings)
  • Unhas postiças e esmaltes escuros (podem interferir na monitorização da oxigenação sanguínea)
  • Cílios postiços
  • Apliques capilares, perucas e presilhas metálicas
  • Lentes de contato e próteses dentárias removíveis


A remoção desses objetos é fundamental para garantir a segurança do paciente durante o procedimento, evitando complicações anestésicas e riscos de acidentes cirúrgicos.

manejo das medicações


O manejo das medicações no preparo adequado para uma cirurgia é um tópico extenso e deve ser individualizado e orientado pelos médicos responsáveis. Nunca interrompa o uso de uma medicação sem falar com o seu médico! Abaixo ficam algumas informações gerais sobre este tópico e chamamos também atenção para algumas medicações que podem causar problemas graves e resultar em adiamento da cirurgia.


  • Anti-hipertensivos: Mantidos, inclusive no dia da cirurgia.
  • Medicações inalatórias para asma e DPOC ("bombinhas"): Manter uso habitual, inclusive no dia da cirurgia.
  • Hipoglicemiantes orais: Mantidos até o dia da cirurgia, geralmente não sendo tomados no dia do procedimento devido ao risco de hipoglicemia. A preferência costuma ser pelo controle mais preciso através do uso da insulina, se necessário.
  • Anticoagulantes e antiagregantes plaquetários: Medicações como varfarina, rivaroxabana, apixabana, clopidogrel e AAS aumentam significativamente o sangramento intra-operatório. As estratégias podem variar entre adiar o procedimento cirúrgico até que o paciente não precise mais fazer uso das medicações, realização de “ponte” ou suspensão temporária, de acordo com a urgência do procedimento e doenças de base do paciente.
  • Imunomoduladores: Drogas como metotrexato e corticoides podem ser mantidos sem implicação significativa ao risco infeccioso e de complicações com a ferida operatória. No entanto, agentes biológicos (como adalimumab e infliximab) aumentam de forma expressiva estes riscos e precisam ser temporariamente suspensos.
  • Ozempic, Wegovy, Saxenda e Mounjaro (ATENÇÃO!): Estas medicações vêm sendo amplamente utilizadas e fazem com que o esvaziamento gástrico ocorra de forma muito mais lenta que o habitual e impossibilita que o paciente seja submetido a anestesia com segurança. A suspensão pode ser necessária até 3 semanas antes, sendo imperativo que o paciente sempre informe a equipe médica que faz uso dessas medicações. 
  • Chás, suplementos e fitoterápicos: diversas substâncias como ginkgo biloba e erva de São João podem aumentar o risco de sangramento ou interagir com anestésicos alterando o efeito das doses preconizadas, sendo importante o paciente informar o médico quanto ao uso de qualquer substância para evitar eventos inesperados durante o procedimento cirúrgico.

Marcapasso

Pacientes que possuem marcapasso devem informar previamente sua condição à equipe médica, pois há necessidade de ajuste pré-operatório do dispositivo. Dependendo do tipo de cirurgia e do modo de funcionamento do marcapasso, pode ser necessário programá-lo para minimizar interferências causadas por equipamentos cirúrgicos, como o bisturi elétrico.


Além disso, é essencial alinhar previamente com a equipe responsável pelo acompanhamento do marcapasso a necessidade de reativação e ajustes do dispositivo após a cirurgia, garantindo o pleno funcionamento do aparelho no pós-operatório. Esse planejamento evita complicações e contribui para um procedimento mais seguro.

Tempo de jejum

O tempo de jejum é essencial para reduzir o risco de aspiração pulmonar durante a anestesia. As recomendações geral é:

  • 8 horas antes da cirurgia: horário limite em que deve ocorrer a última refeição 


Além disso, recomenda-se evitar refeições pesadas na noite anterior ou na manhã do procedimento, dependendo do horário da cirurgia, para minimizar riscos de desconforto e complicações anestésicas.

uso de sabonetes antissépticos

Em alguns casos específicos, como cirurgias ortopédicas de grande porte, pode ser indicado o uso de sabonetes antissépticos para reduzir a carga bacteriana na pele e minimizar o risco de infecção. O uso geralmente deve ser iniciado 1 dia antes do procedimento, conforme a recomendação do cirurgião.

tipoia e órteses

O uso de tipóias e órteses é fundamental para garantir a imobilização adequada e a recuperação correta após determinados procedimentos cirúrgicos. Alguns exemplos comuns incluem:

  • Tipóia de Velpeau
  • Brace de joelho
  • Órtese articulada de cotovelo
  • Robofoot (bota imobilizadora)


Muitas vezes, o paciente precisará utilizar esses dispositivos por pelo menos um mês, tornando essencial a escolha de um modelo adequado e do tamanho correto. A melhor forma de garantir um ajuste adequado é experimentá-los pessoalmente em uma loja especializada.


Em alguns casos, como transferências tendíneas, a imobilização precisa ser feita em uma posição específica e individualizada. Nesses casos, a confecção sob medida por um terapeuta ocupacional pode ser a única opção viável, pois permite uma imobilização personalizada de acordo com a necessidade de cada cirurgia e paciente.


Caso o paciente não adquira sua tipóia ou órtese antes da cirurgia, será necessário comprá-la no hospital, onde esses produtos costumam ser significativamente mais caros do que no mercado. Além disso, a variedade de modelos e tamanhos disponíveis no hospital pode ser limitada, o que pode resultar em menor conforto e adequação ao paciente. Vale ressaltar que, na grande maioria dos casos, o custo desses equipamentos não é coberto pelos planos de saúde.



Por conta de todos esses fatores, recomendamos que o paciente dedique um tempo antes da cirurgia para escolher um produto adequado, que ofereça conforto e segurança, e adquira-o com antecedência. Também é extremamente importante lembrar de levar a tipóia ou órtese no dia da cirurgia, para que possa ser utilizada conforme a recomendação médica no pós-operatório imediato.

horário de chegada no hospital

Na maioria dos casos, o paciente deve chegar ao hospital com algumas horas de antecedência para passar pelo processo administrativo de internação e ser acomodado em seu leito antes do início da cirurgia. Em situações raras, pode ser necessário que o paciente se interne um ou mais dias antes para a realização de algum preparo específico exigido pelo procedimento.


O paciente deve sempre comparecer ao hospital acompanhado de um adulto responsável que possa auxiliá-lo durante o processo de internação e oferecer suporte antes e depois da cirurgia. Essa presença é essencial para garantir que qualquer informação importante seja repassada corretamente e para auxiliar o paciente no retorno para casa quando tiver alta.

Segurança e confiança no seu procedimento

Dr. Leonardo Zanesco


O Dr. Leonardo é especialista em ortopedia pela USP, com ampla experiência no tratamento de doenças e lesões do ombro e cotovelo. Sua trajetória na medicina foi impulsionada tanto pela vivência como atleta quanto pela superação da dor crônica, o que reforçou seu compromisso em proporcionar um atendimento humanizado e empático.

Ele e sua equipe altamente capacitada estão preparados para que sua cirurgia aconteça com segurança e tranquilidade. Desde o preparo até a recuperação, cada detalhe é planejado para que você se sinta confiante e bem assistido.



Se houver qualquer dúvida, estaremos sempre à disposição para orientá-lo e garantir que todo o processo ocorra da melhor forma possível.