Células Mesenquimais: O que são e como promovem a regeneração tecidual?
Células Mesenquimais na Medicina Regenerativa
A medicina regenerativa utiliza as capacidades do próprio corpo para promover regeneração tecidual, com as células mesenquimais desempenhando um papel crucial. Estas células, derivadas de tecidos como medula óssea e tecido adiposo, são classificadas como embrionárias ou adultas e têm a capacidade de se diferenciar principalmente em osteócitos, condrócitos e adipócitos. Outros nomes que costumam utilizar, muitas vezes de forma equivocada, para se referir às células mesenquimais são: células tronco estromais, células tronco mesenquimais e células mesenquimais estromais.
Quer saber mais sobre o tema e como exatamente elas promovem a regeneração tecidual? Continue lendo.
Diferença entre Células Mesenquimais adultas e embrionárias
A classificação entre células mesenquimais adultas e embrionárias é baseada, em parte, nos
receptores de superfície celular e no nível de expressão gênica. As células embrionárias expressam altos níveis de marcadores de pluripotência, como Oct4, Sox2 e Nanog, indicando uma capacidade mais ampla de diferenciação. Já as células mesenquimais adultas expressam receptores como CD73, CD90 e CD105, enquanto não apresentam CD34 e CD45, característicos de células hematopoiéticas. Essa expressão restrita limita sua capacidade de diferenciação, mas também minimiza riscos, como rejeição imunológica e formação de teratomas.
Obtenção de Células Mesenquimais
As CMs podem ser obtidas de fontes como:
- Aspirado de Medula Óssea: Método clássico e com vasta evidência científica.
- Gordura Fragmentada: Técnica menos invasiva, utilizando lipoaspiração para obter fração vascular estromal.

Ação parácrina e regulação da inflamação
Um aspecto fundamental é que as células mesenquimais (MSCs) exercem grande parte de seus efeitos terapêuticos por meio de sinalização parácrina, em vez de diferenciação celular direta. Os sinais parácrinos, que compõem o chamado "secretoma", incluem uma série de fatores de crescimento, citocinas e microRNAs, que atuam na modulação da inflamação, promoção da angiogênese e regulação do ambiente imune local. Esses fatores são essenciais para controlar a resposta inflamatória, prevenindo tanto a inflamação excessiva quanto insuficiente, permitindo um ambiente adequado para regeneração tecidual. Além disso, a sinalização parácrina das MSCs influencia outras células residentes no tecido, como macrófagos e células endoteliais, modulando-as para uma resposta regenerativa. Essa interação entre as MSCs e o microambiente local é fundamental para seu sucesso clínico.
Os mecanismos de ação parácrina são amplamente baseados na secreção de vesículas extracelulares (EVs), como exossomos, que transportam moléculas bioativas, como microRNAs e proteínas, para as células-alvo. Esses componentes regulam processos cruciais como a apoptose, proliferação celular e remodelação da matriz extracelular. Por exemplo, fatores angiogênicos como o VEGF e o FGF-2 são liberados para promover a formação de novos vasos sanguíneos, enquanto citocinas imunomoduladoras, como a IL-10 e o TGF-β, suprimem inflamações excessivas. Estudos demonstram que o uso do secretoma de MSCs, em vez de células inteiras, pode reduzir riscos associados à rejeição imunológica ou formação de tumores, tornando-se uma alternativa terapêutica promissora na medicina regenerativa.
A regulação é mais importante que a diferenciação direta?
Pesquisas recentes sugerem que a ação reguladora local das CMs é mais significativa para a regeneração do que sua diferenciação direta em novos tecidos. O uso de células mais desdiferenciadas, como as embrionárias, poderia aumentar os riscos, sem oferecer maiores benefícios em termos de regeneração. O equilíbrio que as CMs adultas promovem entre controle da inflamação e regeneração parece ser o fator-chave para o seu sucesso clínico.
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Aplicações potenciais
As CMs têm sido exploradas em diversas áreas, incluindo tratamentos para lesões articulares, regeneração de tendões e cartilagem, além de pesquisas promissoras em cardiologia regenerativa e doenças autoimunes.
As duas principais situações em que são utilizadas na ortopedia, são:
- Falha do tratamento conservador: Casos em que já há um grau de degeneração tecidual ou mesmo pequenas falhas (por exemplo, pequenas roturas parciais) e não é observado melhora após o tratamento convencional não cirúrgico.
- Adjuvância ao tratamento cirúrgico: Acredita-se que associar as células mesenquimais durante o pós operatório auxilia na cicatrização dos tecidos e promove benefícios estruturais. São poucas, até o momento, as situações que temos evidência científica destas vantagens.
Ortopedia Regenerativa em São Paulo | Dr. Leonardo Zanesco
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Leonardo Zanesco, formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Como cirurgião especializado em ombro e cotovelo, ofereço o mais alto padrão de cuidado, adaptado às suas necessidades.
Com um profundo conhecimento em medicina regenerativa e suas técnicas, minha prática é guiada pela confiança e pelo compromisso com os melhores resultados para meus pacientes.
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