Capsulite adesiva (ombro congelado): Entenda por que o ombro trava

Leonardo Zanesco • 11 de setembro de 2025

A capsulite adesiva, também conhecida como “ombro congelado”, é uma condição ortopédica caracterizada por dor intensa e rigidez progressiva na articulação do ombro. Ela interfere diretamente nas tarefas do dia a dia, como vestir-se ou pentear o cabelo, comprometendo a qualidade de vida do paciente. 


Neste artigo, vamos entender o que causa esse travamento do ombro, quais são os sinais de alerta, como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento mais indicadas.
Continue a leitura para conhecer as etapas dessa condição e entender como recuperar os movimentos do ombro de forma segura e eficaz.


O que é capsulite adesiva?


A capsulite adesiva é uma
inflamação que afeta a cápsula articular do ombro, uma membrana que reveste e estabiliza a articulação. Essa estrutura, quando inflamada, perde sua elasticidade natural. As fibras internas se tornam mais espessas e começam a formar aderências — como se o tecido estivesse “colando”, impedindo o deslizamento adequado durante o movimento.


Esse processo é progressivo. No início, o que se nota é apenas dor. Com o tempo, a perda de movimento se torna evidente. Como o ombro depende de movimentos amplos para muitas atividades básicas, essa rigidez impacta diretamente a autonomia do paciente.


Entre os sinais mais característicos estão:

  • Dor contínua, geralmente pior à noite
  • Perda progressiva da mobilidade
  • Dificuldade para realizar tarefas simples do dia a dia
  • Sensação de que o ombro está “travado”


É importante diferenciar essa condição de outras que causam dor no ombro, como
lesões do manguito rotador, bursite ou artrose. Por isso, o acompanhamento com um ortopedista experiente é fundamental para conduzir o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado o quanto antes.


Quais são as causas da capsulite adesiva?


Em boa parte dos casos, não há uma causa única identificada, por isso ela é chamada de
idiopática. No entanto, alguns fatores aumentam o risco de desenvolver essa condição.


Entre os principais fatores associados, destacam-se:

  • Diabetes mellitus, que  afeta cerca de 20% dos pacientes com capsulite adesiva
  • Distúrbios da tireoide, como hipotireoidismo ou hipertireoidismo
  • Imobilização prolongada do ombro, após cirurgias ou lesões
  • Doenças autoimunes, como a artrite reumatoide
  • Alterações hormonais e metabólicas


Como a capsulite evolui?


A capsulite adesiva costuma se desenvolver em três fases, com
duração variável em cada pessoa.


1. Fase dolorosa (inflamatória)


Duração média: 2 a 9 meses

dor constante no ombro, até mesmo em repouso. A movimentação começa a ser limitada.


2. Fase de rigidez (congelamento)


Duração média: 4 a 12 meses

A dor diminui, mas a rigidez se intensifica, limitando movimentos básicos como levantar o braço ou alcançar as costas.


3. Fase de recuperação (descongelamento)


Duração média: 6 a 24 meses

A movimentação retorna aos poucos, com redução gradual da dor. A recuperação total pode levar até dois anos.


Como é feito o diagnóstico?


O diagnóstico é baseado na conversa com o paciente e na avaliação física. A dor difusa associada à
limitação nos movimentos ativos e passivos costuma ser um forte indicativo.


Exames que ajudam a confirmar ou excluir outras causas:


Radiografia:
descarta fraturas ou artrose


Ressonância magnética:
identifica inflamação e espessamento da cápsula


Ultrassonografia:
útil para avaliar o manguito rotador


Quando desconfiar de capsulite adesiva?


Alguns sinais devem acender o alerta:

  • Dor no ombro que não melhora com repouso ou analgésicos
  • Rigidez crescente, sem histórico de trauma recente
  • Dificuldade para vestir roupas ou pentear o cabelo
  • Histórico de diabetes, problemas hormonais ou imobilizações prolongadas


Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores as chances de resposta ao tratamento conservador.


Tratamentos disponíveis para capsulite adesiva


A escolha do tratamento depende da fase da doença e da intensidade dos sintomas.
A maioria dos pacientes melhora com medidas conservadoras.


Tratamento clínico

  • Uso de anti-inflamatórios (sempre com orientação médica)
  • Infiltrações intra-articulares
  • Fisioterapia especializada, com foco em mobilidade e alívio da dor
  • Técnicas de medicina regenerativa
  • Exercícios de alongamento gradual e técnicas de liberação tecidual
  • Aplicações de calor e técnicas manuais


Procedimentos indicados em casos mais resistentes

  • Hidrodissecção guiada por imagem, para romper aderências
  • Manipulação sob anestesia, quando há rigidez importante
  • Artroscopia do ombro, para liberar a cápsula articular


Mais de 90% dos pacientes apresentam melhora significativa com tratamento não cirúrgico,
quando iniciado nas fases iniciais.


Qual o prognóstico?


Apesar de ser uma condição temporária, a capsulite pode comprometer a função do ombro por bastante tempo. Em média, a recuperação leva de
1 a 3 anos.


O que influencia o tempo de recuperação:

  • Início precoce da fisioterapia
  • Controle de doenças associadas, como diabetes
  • Adesão ao plano de reabilitação
  • Acompanhamento médico regular


Quando tratada corretamente, a maioria dos pacientes volta a ter uma vida normal, com
alívio da dor e melhora dos movimentos.


Como prevenir a capsulite adesiva?


Embora nem sempre seja possível evitar a capsulite adesiva, algumas atitudes reduzem o risco:

  1. Manter o ombro ativo e em movimento, especialmente após cirurgias ou imobilizações
  2. Controlar doenças como diabetes e hipotireoidismo
  3. Tratar prontamente dores persistentes no ombro
  4. Incluir exercícios de mobilidade e fortalecimento na rotina


Perguntas frequentes


  • Qual é o nome médico para o ombro congelado?

    O nome médico é capsulite adesiva, uma condição inflamatória que afeta a cápsula articular do ombro, reduzindo a mobilidade e causando dor intensa.

  • O que causa a capsulite adesiva?

    As causas nem sempre são claras, mas estão associadas a imobilização prolongada, traumas, cirurgias, diabetes, doenças da tireoide e distúrbios hormonais.

  • Onde dói capsulite adesiva?

    A dor é localizada no ombro, mas pode irradiar para o braço e piora à noite ou com movimentos simples, como levantar o braço ou se vestir.

  • Quais são as 3 fases da capsulite adesiva?

    Fase dolorosa (dor intensa), fase de rigidez (movimentos muito limitados) e fase de recuperação (mobilidade e dor melhoram gradualmente).

  • Quanto tempo dura uma capsulite adesiva?

    A recuperação pode levar de 12 a 36 meses, dependendo da fase em que o tratamento começa e da resposta individual à fisioterapia.

  • Quanto tempo geralmente leva para que a capsulite adesiva melhore?

    A melhora começa, em média, após 6 meses de tratamento, mas o processo completo pode levar até 2 anos.

  • Qual exame detecta a capsulite adesiva?

    O diagnóstico é clínico, mas exames como ressonância magnética ajudam a confirmar o espessamento da cápsula e excluir outras causas.

  • A síndrome do ombro congelado tem cura?

    Sim. A capsulite adesiva costuma regredir com o tempo, especialmente com fisioterapia e controle da dor, embora possa deixar alguma limitação residual.

  • Capsulite adesiva pode voltar?

    Embora rara, a recidiva pode acontecer, especialmente em pessoas com doenças crônicas mal controladas. Prevenir fatores de risco e manter a articulação ativa ajudam a reduzir essa chance.

  • A capsulite adesiva é incapacitante?

    Pode ser temporariamente incapacitante, dificultando atividades como pentear o cabelo, vestir-se ou levantar objetos, especialmente durante a fase de rigidez.

  • Quem tem mais risco de desenvolver capsulite adesiva?

    Pessoas com diabetes, doenças da tireoide, histórico de cirurgias no ombro ou longos períodos de imobilização têm maior risco. Mulheres entre 40 e 60 anos também são mais frequentemente afetadas.

  • O que pode piorar a capsulite adesiva?

    A imobilização prolongada, a falta de fisioterapia, e doenças não controladas, como diabetes, podem agravar a rigidez e prolongar o quadro.

  • O que fazer para aliviar a dor da capsulite?

    O alívio da dor pode incluir uso de anti-inflamatórios prescritos, aplicação de compressas mornas e fisioterapia com movimentos leves e progressivos.

  • Qual a melhor compressa para capsulite adesiva?

    Compressas mornas ajudam a relaxar a musculatura e aliviar a dor. Devem ser aplicadas por 15 a 20 minutos, de 2 a 3 vezes ao dia.

  • Qual o melhor exercício para capsulite adesiva?

    Exercícios de mobilidade, como o “pêndulo do ombro”, ajudam a manter a articulação ativa e prevenir rigidez excessiva. Sempre devem ser orientados por um fisioterapeuta.

  • Capsulite adesiva pode afetar os dois ombros ao mesmo tempo?

    É raro, mas possível. Em alguns casos, a capsulite começa em um ombro e, após a recuperação, aparece no outro. Isso ocorre com mais frequência em pacientes com doenças sistêmicas, como diabetes.

  • Existe diferença entre capsulite adesiva e tendinite no ombro?

    Sim. A tendinite afeta os tendões e costuma causar dor com esforço. Já a capsulite adesiva compromete a cápsula articular, causando rigidez intensa e dor mesmo em repouso.

  • A capsulite adesiva pode ocorrer sem dor no início?

    Pode. Em alguns pacientes, a limitação de movimento aparece antes da dor mais intensa, o que pode atrasar o diagnóstico.

  • É possível ter capsulite adesiva após uma cirurgia no ombro?

    Sim. Qualquer imobilização prolongada, como a que ocorre após uma cirurgia, pode desencadear o processo inflamatório que leva à capsulite.

  • Capsulite adesiva pode ser confundida com lesão do manguito rotador?

    Sim. Ambas causam dor e limitação de movimento. Por isso, é fundamental avaliação médica e exames de imagem para diferenciar corretamente.

  • Como posso dormir com capsulite adesiva?

    Tente dormir de costas ou no lado oposto ao afetado, com um travesseiro apoiando o braço. Analgésicos podem ajudar a controlar a dor noturna.

  • Quem tem capsulite adesiva pode fazer musculação?

    Durante as fases iniciais, a musculação não é indicada. Após melhora da dor e rigidez, exercícios leves podem ser retomados com orientação especializada.

  • Quem tem capsulite adesiva pode fazer quiropraxia?

    A quiropraxia deve ser evitada durante as fases de dor e rigidez. O tratamento precisa ser baseado em abordagens suaves, com foco na fisioterapia.

Tratamento para capsulite adesiva em São Paulo | Dr. Leonardo Zanesco


A capsulite adesiva é uma condição desafiadora, mas tratável. Com diagnóstico precoce, acompanhamento especializado e tratamento individualizado,
é possível recuperar boa parte da mobilidade do ombro e retomar a qualidade de vida. Se você sente que seu ombro está “travando” e a dor está interferindo nas suas atividades, procure orientação médica. Quanto antes for iniciado o tratamento, melhores serão os resultados.


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Se você está em busca de um ortopedista especialista em ombro e cotovelo, sou o
Dr. Leonardo Zanesco e possuo vasta experiência em diagnósticos precisos, tratamentos avançados e técnicas de medicina regenerativa. Formado pela Santa Casa de São Paulo, sou membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Me dedico à educação contínua e ao bem-estar dos meus pacientes, garantindo um atendimento de excelência.


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